segunda-feira, 23 de abril de 2012

Meus dentes ! ( ou a falta de )


 Willy Wonka : Desculpem, eu acho que tive um devaneio.
Ligth: ¬¬’ Entendo...
Light: Essses devaneios são frequentes?
 Willy Wonka : Estão piores. Hoje... - cara de louco.


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Hoje, as borboletas em meu estômago gritam, mas não calam a voz que diz que tudo vai ficar bem!


Querido diário, tenho muito a te contar, sabe? Nada que eu saiba como dizer, exatamente ( que surpresa!). No meio de toda 'novidade' que tomou conta de minha vida, esses dias, meio que obrigada, pensei muito, sabe? Pensei sobre a vida, sobre a minha vida, sobre os rumos das coisas, sobre o rumo das coisas na minha vida...


Não sei porque, tenho essa mania de ver a vida em pausas, em "temporadas", como se tudo recomeçasse. Gosto dessa ideia de recomeço, apesar de saber q a vida é continua, uma estrada só.Gosto de olhar as coisas em foco, em câmera lenta, de sequenciar momentos

O lado estranho disso tudo, querido diário, é que às vezes não me reconheço em algumas dessas temporadas. De certo que falo de mim para mim mesma e parece que estou falando de outra pessoa. As minha memórias, parecem que são lembranças de outras pessoas.

Sou eu mesmo, aquela menina que acreditava que 'tudo é uma festa de som'? Que, em uma época, queria ser astronauta, em outra, participar da revolução? Que passou anos assistindo ao mesmo filme, repetidas vezes, querendo sem querer 'um amor pra recordar'? Que sonhou com os mocinhos/ vilões (digamos assim) dos animes e jurou nunca confundir realidade com fantasia? Sou eu a mesma que praguejou contra as pessoas e gritou que a humanidade não tinha salvação? Será mesmo que sou eu, aquela que encontrou esperança, acreditou nas pessoas e em sua própria salvação? Que jurou nunca mais se apaixonar e depois quis, morrer de amor?

Não sei se essas e tantas outras, fazem parte do que eu sou ou são o que eu era. Se são pedaços separados e esquecidos de mim ou se são sequencia minha... Não é uma daquelas crises de identidade. Eu sei quem eu sou. Apesar de não saber o que quero, na maioria das vezes, eu sei bem o que não quero. Entende? Bah! Entende nada!!!!

Sabe, Querido Diário, eu sempre vivi a vida como se fosse uma história de roteiros e nunca tive paciência para o desenrolar da trama, sabe? Toda a vida, quis saber o final de cada 'temporada' e, principalmente, o encerramento da história toda. Minha memória, sórdida, só guardou as coisas doces e se surpreende quando lembra das amargas. Agora, eu tô aprendendo a ver as coisas em câmera lenta, em pausa e zoom. Eu continuo escrevendo as minhas páginas, mas com menos borrões, Não estou mais querendo esse "começo". Parece que, só agora, percebi que a vida começou e nunca houve rascunho. E vale muito a pena, o recomeço, saber o que houve de errado, voltar, escrever tudo de novo e se deliciar com os detalhes ( e que bom que eu conheci quem me fizesse ter e querer ter paciência ).

Acredito que tudo que fui, é parte do que sou sim. Apesar de feita desses retalhos, sou feita, entende?

"Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim." (Martha Medeiros)



- E se tudo acabasse hoje, o que, de mais bonito, você se lembraria?

- Eu me lembraria do amor de minha vida. Lembraria pra sempre, até depois que tudo acabasse!
- O que fez esse amor?
- Me fez dar beleza aos retalhos...

2 comentários:

Wellington Morais disse...

Esses dilemas da vida... O que fizemos, eramos, nos tornamos... sempre vem uma hora pra martelar a nossa cabeça...

O importante é que você sabe quem você é, minha filha. Então significa que tudo isso valeu a pena... =)

Belo texto!

Bjs!

Diego Damasceno disse...

Belo texto. Confesso que em muitos momentos eu me senti perdido em meio aos sentimentos. São realmente complicados de entender. Creio eu que tenha entendido por já ter passado por isso quando era mais novo. Até hj eu nao tenho muita certeza do que quero mas, assim como vc, tenho certeza do que não quero.
Tamires, eu reparei uma coisa interessante... Toda vez que eu procuro um blog de um amigo ou de um amigo de um amigo pra ler, eu sempre acho um comentário de Wellington Morais. Ele comenta em todos os blogs que ele conhece. Vamos comentar mais no blog dele. ABraço Tamires. Bjo!

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